Síndrome de Kluver-Bucy
A Síndrome de Kluver-Bucy é um distúrbio neurológico raro, geralmente resultante de danos ou lesões no lobo temporal do cérebro. Foi descrita pela primeira vez pelos neurologistas Heinrich Klüver e Paul Bucy em 1937. A síndrome clássica é composta por um conjunto distinto de sintomas, embora nem sempre todos estejam presentes em cada caso:
1. Hiperoralidade ou hiperexploração oral: o indivíduo tem a tendência de explorar objetos colocando-os na boca excessivamente e sem propósito, às vezes até comendo objetos não comestíveis (pica).
2. Agnosia visual: dificuldade em reconhecer e identificar objetos visuais, apesar de preservada a acuidade visual.
3. Ausência de medo ou resposta emocional normal a estímulos aversivos: falta de reação adequada a situações que normalmente causariam medo, surpresa ou outras respostas emocionais fortes.
4. Hipermetamorfose: aumento da curiosidade e tendência a se distrair facilmente com estímulos irrelevantes.
5. Hiperssexualidade e/ou alterações no comportamento sexual: ocorrem em alguns casos, mas não são tão frequentes quanto os outros sintomas mencionados.
A Síndrome de Kluver-Bucy geralmente é causada por danos ao lobo temporal médio e à conexão entre o córtex temporal e a amígdala, uma estrutura cerebral importante na processamento das emoções e da memória. Lesões adquiridas, como resultado de traumatismos cranianos, infecções, tumores ou doenças neurodegenerativas, podem levar ao desenvolvimento desta síndrome. Embora seja rara, sua ocorrência pode fornecer informações valiosas sobre a função cerebral e os circuitos neurais envolvidos no processamento das emoções e da memória.